segunda-feira, 20 de junho de 2011

A Revelação da Salvação em Cristo no Antigo Testamento - Capítulo 2.1 (Continuação)

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2.1.1    O Aspecto Protetor da Redenção em Cristo



Enquanto isso a redenção para Israel ganhava proporções muito maiores! Após os 400 anos escravidão no Egito, o SENHOR levanta Moisés, um representante tipológico de Cristo, para libertá-los. Deus envia dez pragas para redimir Seu povo, sendo que, na décima, ensina a Israel o aspecto protetor da redenção que Ele provê por meio de um sacrifício vicário (no caso, o cordeiro).
A redenção não significava apenas libertação da escravidão no Egito, mas, principalmente, proteção do castigo divino contra a desobediência e incredulidade (Ex: 12.23).
Da mesma forma, o sangue de Cristo faz a propiciação pelos pecados dos remidos, não permitindo que a Justa Ira de Deus seja deflagrada sobre eles (Lm: 3.22,23 / 1ª Jo: 1.7 / 2.1-2).
A nação de Israel, agora remida e protegida pelo SENHOR da escravidão no Egito, segue rumo à Terra prometida. Todavia, no deserto, o SENHOR também ensina a Seu povo outro aspecto da Redenção prometida no Messias: o perdão.


2.1.2    O Aspecto Perdoador da Redenção em Cristo



O SENHOR dá a ordem para a construção do tabernáculo, onde seriam realizados os cultos solenes da comunidade peregrina. Lá, o sacerdote, faria a propiciação pelos pecados do povo. A. R. Crabtree nos fornece informações primorosas sobre a significação e utilidade destes ritos não apenas no deserto, mas por toda a história de Israel:

No curso do desenvolvimento da religião de Israel manifestou-se a tendência de estabelecer duas opiniões a respeito da eficácia do[s] sacrifício[s]. Persistia a idéia tradicional, fortemente combatida pelos profetas, de que o próprio sacrifício tinha o efeito de cancelar o pecado do ofertante. Com o conhecimento mais claro do caráter de Deus, e da dignidade do homem, desenvolveu-se um entendimento mais profundo da natureza do pecado. O pecado interrompe a comunhão entre homem e Deus, e afasta o pecador da presença de Deus. Chegou-se finalmente a entender que o verdadeiro arrependimento do pecador, [...], era necessário no preparo do coração para receber o perdão divino e regozijar-se de novo na comunhão com Deus. [...] Com a interpretação profética do significado do arrependimento, e o entendimento mais profundo da Graça de Deus, os profetas ensinavam que o motivo do perdão do pecado está sempre no amor eterno e fiel do Senhor. (CRABTREE, 1960, p.188-189)

Levando-se em conta que a revelação do caráter de Deus e de Sua vontade foi progressiva, os profetas, à medida que recebiam a mensagem do SENHOR, entendiam e procuravam sempre lembrar o povo de que os sacrifícios em si eram apenas um símbolo de arrependimento e fé do ofertante no Messias (simbolizado pelo cordeiro – Jo: 1.29,36), mas que não tinham nenhum benefício salvífico ou perdoador em si próprio (Hb: 10.4). A condição espiritual do adorador era o foco do SENHOR. “A Lei cerimonial servia para ensinar, treinar e preparar o povo para entender o que o Deus Santo e Justo requer do homem.” (CRABTREE, 1960, p.188)
Percebemos então, nesta primeira seção literária do cânon, que o SENHOR nos revela aspectos da Redenção em Cristo, mostrando que Ele não apenas liberta do pecado, mais protege e sustenta sua proteção diariamente na vida dos eleitos; e que a humilhação e o arrependimento sinceros são características sine qua non para que o redimido usufrua do perdão divino.

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