quinta-feira, 28 de julho de 2011

"Crer é também pensar" - Jhon Stott

Como Augustus escreveu semana passada, morreu Amy Winehouse, uma inglesa de grande influência no mundo pop. Morreu, supostamente, de overdose, aos 27 anos. Ainda não há um laudo, mas, pela sua vida, ninguém acredita que seja diferente disso. Muitas vezes apareceu em público sob a influência de drogas e pelo que vemos na televisão muitos de seus fãs encontram-se profundamente enlutados. O mundo lamenta uma morte trágica.

Morreu hoje, aos 90 anos, John R. W. Stott, outro inglês de grande influência, mas na contra-cultura pop. Nascidos no mesmo país, no mesmo século mas em universos diferentes (lembrando do livro de James Sire, O universo ao lado no qual mostra que universos diferentes são concebidos de acordo com a visão de mundo do indivíduo). 

Amy celebrou o hedonismo do seu universo e espalhou aquilo que recebeu de seu tempo. Stott celebrou a santidade e uma vida simples, olhando para um universo completo e cheio da graça de Deus (Conheci a casa de Stott e ali fiz duas refeições simples e singelas, preparadas por ele mesmo. Ele mostrou, com grande entusiasmo, os slides de um esporte radical que praticava: ver pássaros in natura! Escreveu um livro chamado The Birds our Teachers, ilustrado com fotos que ele mesmo tirou).

Amy levou uma vida regrada a bebida, drogas e sexo pregando este estilo de vida pela sua música. Stott pregou a centralidade de Cristo, a vida de Cristo e a obra de Cristo. (Em 1985 estudei no London Institute for Contemporary Christianity e tive aulas de hermenêutica bíblica com Stott. Ele me ensinou que o pregador crente deve viver em busca de integridade hermenêutica, respeitando o autor divino e o autor humano das Escrituras.) 

A mídia noticiou incansavelmente a morte de Amy, mas duvido que a notícia da morte de Stott saia em mais do que alguns noticiários pontuais no exterior. Mais uma evidência de que este homem, capelão da rainha da Inglaterra, era contra-cultura. 

No dia 06 de outubro de 1985 fui participar do culto em All Souls Church, onde Stott era pastor emérito. Ele pregou nos primeiros versos de Hebreus, "Jesus, a palavra final". Lembro-me de ter vertido lágrimas diante da clareza, simplicidade e autoridade com que expôs a Escritura. Hoje ouvi novamente o mesmo sermão, lágrimas me vieram mais uma vez (http://allsouls.org/Media/Player.aspx?media_id=50218&file_id=53536). Eis o esboço:

1. Cristo e a Palavra: Ele é a Palavra de Deus, completa e final.

2. Cristo e a criação: Ele é o agente, o sustentador e o herdeiro, o Cristo cósmico, o alfa e o ômega.

3. Cristo e o Pai: Ele irradia a glória de Deus: idêntico em natureza e essência; Ele é o selo da natureza de Deus: distinto em pessoa.

4. Cristo e a Salvação: veio para lidar com pecados, purificar dos pecados e cumprir uma obra perfeita, a justiça perfeita de um Deus justo!

Aplicação: este é o seu Cristo? Ele é único ao revelar e salvar. Quem entende isto, sabe que não pode recorrer a mais ninguém. Esta era a tentação dos Hebreus que receberam carta. Nós precisamos voltar a esta visão bíblica de Cristo. É o caminho para este mundo sincretista e pluralista. Nunca esqueça, não há outra revelação. Não há nada que possa substituir, melhorar ou ser acrescentado à revelação no Verbo encarnado. Depois que vemos a Cristo, não há outra coisa no que possamos crer. Nunca esqueça, não há outra salvação: Ele é completo, singular. Não há outro em que se possa encontrar salvação. Ele também é salvador singular. Sem Cristo não há revelação e não há salvação. Ele é "hapax", de uma vez por todas... Deus não tem mais a dizer do que Ele já disse nesse salvador. Crer nisto é ser cristão evangélico.

Que o Senhor nos abençoe com homens abençoados como foi Stott para a glória dEle. Os céus celebram a chegada de um feito santo pelo sangue de Cristo.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Mais um para acrescentar à lista: HAROLD CAMP e o 21 DE MAIO!




Por Fenando Galli

Guilherme Miller para 21 de maio de 1843 e 22 de maio de 1844 (Advestistas do Sétimo Dia). Joseph Smith Jr para 1894 (Mormonismo). Charles Taze Russell para 1914 (Testemunhas de Jeová). Joseph Franklyn Rutherford para 1925 (Testemunhas de Jeová). Corpo Governante para 1975 (Testemunhas de Jeová). William M. Braham para 1977 (Tabernáculo da Fé). David Berg para 1993 (A Família de Deus). Harold Camping para 21 de maio de 2011 (Family Stations).
Todos esses falsos profetas têm algo em comum: Todos seus seguidores foram induzidos a crerem em suas previsões diabólicas. Não se deu como pouquíssimos evangélicos que isoladamente fizeram suas falsas profecias, sendo que 99,99% creram nelas. Não se deu como os profeteiros evangélicos atuais que de forma irresponsável e antibíblica profetizam o óbvio ou o que não se cumpre. Esses "estudiosos da bíblia", mencionados por nome acima, enganaram uma denominação inteira!

Por que isso aconteceu? A razão é simples. Disseram em seus corações: "Acerca daquele dia e daquela hora ninguém sabe, nem os anjos do ceu, nem o Filho, mas unicamente o Pai" (Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas), todavia EU SEI!" - Mateus 24:36.

O que me incomoda não são as decepções que sempre advêm de se desacreditar nas palavras de Jesus, mas no esforço intelectual que o falso profeta faz, e mais terrivelmente seus sucessores e asseclas, para justificar os fiascos. Como estudioso dessas bizarrices, as desculpas são do tipo:
1. Acertamos a data mas erramos o acontecimento.
2. Jesus veio sim, mas invisivelmente. Vocês não perceberam?
3. Deus é soberano e mudou de ideia.
4. Erramos na profecia, mas Deus permitiu isso para sermos mais vigilantes. (Ainda vou escrever um livro intitulado A Importância da Falsa Profecia no Aumento da Vigilância Cristã).
5. Erramos, mas foi uma tentativa sincera de ver o cumprimento das Escrituras. (Ainda vou escrever outro livro intitulado Pequenas Profetadas, Grandes Desejos.)
6. Não fizemos profecia coisa nenhuma. Apenas interpretamos errado os textos que falam sobre o futuro.
7. Nós erramos, mas os outros erraram e erram também. (Típico do menino arteiro que chega em casa e sabendo que vai apanhar, diz: "Papai, eu cuspi na janela do vizinho, mas o Pedrinho também fez o mesmo".)
8. O fim do mundo começou naquela data, e o mundo está acabando aos poucos.
Quanto ao falso-profeta da vez, Harold Camping, da seita Family Stations, terão que saborear mais um fim sem começo. Espalharam em muitas cidades outdoors anunciando o ladrão com hora marcada, sendo que o marcado é o ladrão - o autor da roubada. Espero que os adeptos dessa seita não reajam como os daquelas acima, que dão a sua pele suada e sua testa coçada para justificarem os erros de quem um dia ousou dar uma de sabidão e alardeou: EU SEI!