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1 a esperança messiânica de israel
Para um correto entendimento sobre a redenção em Cristo no Antigo Testamento, é mister um breve esclarecimento sobre a origem e o significado correto do termo Messias.
1.1 origem do conceito judaico
A idéia de um homem com autoridade divina, que conduziria o povo de Deus a vitória contra Satanás é primariamente vista em Gênesis: 3.15, no texto comumente conhecido como proto-evangelho: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”
Infelizmente, a partir daí, por diversas situações e acontecimentos ocorridos em Israel (como as adversidades e crises na monarquia), o conceito messiânico do povo de Deus foi perdendo o foco bíblico (pelo menos em sua grande maioria) e foi sendo modificado gradativamente pelo conceito da tradição popular até chegar no conceito deturpado dos tempos de Jesus.
Segundo Van Groningen, o conceito de Filo (20 a.C. – 45 d.C.) retrata bem o ponto de vista judaico, nesta época, sobre o Messias: “O Messias seria um guia espiritual que possuiria atributos espirituais e qualidades éticas, mas também seria alguém que haveria de lutar e vencer e que possuiria, ao lado de esplêndidas qualidades da alma, uma grande força física.” (GRONINGEN, 1995, p.73).
Então o termo Messias, no conceito popular israelita, significava: “Deus mesmo reinando sobre o povo; Deus instituindo um seu representante; Um Messias nacional, restrito a Israel; Um Salvador que trouxesse salvação/solução [político-econômica] para o povo.” (FONSECA, 2010, p.14).
É por essa razão que o Senhor Jesus Cristo repreendeu Seus discípulos no caminho da aldeia de Emaús, após a ressurreição. Porque desacreditaram no conceito bíblico a respeito Dele para apoiarem suas próprias concepções baseadas na tradição! (Lc: 24.13-31)
1.2 definição correta do termo
O termo hebraico Messias, é derivado do termo Massah que significa ungir, e refere-se, estritamente, ao “ato de derramar óleo” (GRONINGEN, 1995, p.22). Isso indica que a unção era geralmente praticada pelo derramamento ou aspersão de óleo sobre objetos ou pessoas. No caso específico das pessoas, existem profundas significações no Velho testamento por de trás deste ritual[1], todavia, nos limitaremos a apenas os significados concernentes ao assunto abordado.
Alguns exemplos essenciais estão registrados em Levítico: 8.12, 1º livro de Samuel: 10.1 e 1º Livro dos Reis: 19.16. No primeiro caso, Moisés está ungindo Arão como sacerdote para oficiar no tabernáculo; no segundo, o profeta Samuel está ungindo Saul como rei de Israel; e no terceiro, Deus ordena a Elias para ungir Eliseu como profeta em seu lugar. Em ambos os casos o ato de ungir representava o comissionamento direto de Deus designando um indivíduo para exercer determinada função. Como disse Mettinger: “ser ungido é ter particular intimidade com o SENHOR”. (apud GRONINGEN, 1995, p.17). Ou seja, o “messias”, num sentido geral, era alguém que havia recebido autoridade do próprio Deus e havia sido separado por Ele para desempenhar uma função especial.
“Todos os três ofícios do Antigo Testamento - profeta, ministro [sacerdote] e rei – eram nomeados dessa maneira. [...], porém, [...] era uma nomeação primariamente usada para o cargo de rei.” (MARRA, 2009, p.1229). Desta forma, percebe-se que Cristo não foi apenas outro “messias” designado para uma determinada função, mas O Messias com autoridade e poder suficiente para o cumprimento de todos estes ofícios simultaneamente. (Zc: 6.9-13 / Dt: 18.15-19) [1] As chamadas “unções purificadoras”, por exemplo, eram praticadas costumeiramente pelos judeus depois do recolhimento dos despojos de uma batalha (2ª Cr: 28.15).
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