segunda-feira, 27 de junho de 2011

A Realidade Natural de um Regenerado - Capítulo 3.1

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3 Vivendo espiritualmente



Discorrer-se-á, a partir de agora, sobre as consequências do viver segundo esta concepção de que o homem identificado com a morte e ressurreição de Cristo é uma nova criatura. A expressão viver espiritualmente será utilizada para descrever a realidade natural de um regenerado daqui para frente, já que ele não anda segundo a Carne, mas segundo o Espírito Santo (Rm 8. 4). Em Vida Cristã Normal, Watchman Nee revela a condição imposta pelo apóstolo Paulo para se viver a liberdade de Cristo: saber a verdade; considerá-la por meio da fé e oferecer a nova vida como gratidão pela dádiva recebida. Posteriormente, por meio de outras passagens bíblicas, Nee aponta para as bênçãos advindas individualmente e coletivamente desta nova concepção de vida cristã.
Entretanto, ele também adverte seus leitores que, assim como na argumentação do apóstolo Paulo, eles podem ser tentados a viver confiando na Carne, ora representando o Ego (o “Eu”), ora representando o Princípio do Pecado. Para alertar o cristão a não cair nesse tipo de erro, Watchman Nee mostra que o apóstolo Paulo ilustra aos irmãos de Roma essa situação, registrada no sétimo capítulo da carta: o regenerado controlador de seu próprio ego tentando, pelas forças do seu “Eu”, obter a vitória na santificação. Não obstante, o regenerado deve viver a realidade do oitavo capítulo, que se revela como a verdadeira vida no Espírito. Esta é, de fato, a realidade natural de um regenerado: Um homem totalmente dependente do Espírito Santo para viver a consagração.


3.1           Um alerta: Romanos 7



O apóstolo Paulo inicia este capítulo fazendo uma alegoria representativa do relacionamento entre o homem não-regenerado e a Lei Divina:



Porventura, ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem toda a sua vida? Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal. De sorte que será considerada adúltera se, vivendo ainda o marido, unir-se com outro homem; porém, se morrer o marido, estará livre da lei e não será adúltera se contrair novas núpcias. Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus. Porque, quando vivíamos segundo a carne, as paixões pecaminosas postas em realce pela lei operavam em nossos membros, a fim de frutificarem para a morte. Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra (Rm 7. 1-6, grifo nosso).

Segundo Nee, o apóstolo Paulo estaria, nesse texto, ensinando a libertação, não apenas do Princípio do Pecado mencionado no sexto capítulo, mas também da obrigação da Lei como forma de restauração do relacionamento entre Deus e o homem. A expressão grifada é essencial para a compreensão do que Paulo está dizendo nos versículos posteriores.

Romanos 6 trata da libertação do pecado. Romanos 7 trata da libertação da Lei. No cap. 6, Paulo nos disse como podíamos ser libertados do pecado, e concluí­mos que isto era tudo quanto se exigia de nós. Agora, o cap. 7 vem nos ensinar que a libertação do pecado não é suficiente, mas que precisamos também conhecer a li­bertação da Lei. Se não estivermos totalmente emancipados da Lei, nunca poderemos experimentar a plena emancipação do pecado. [...] A graça significa que Deus faz algo por mim. A Lei significa que eu faço alguma coisa por Deus. Deus tem certos requisitos santos e justos que me impõe: isto é a Lei. Ora, se a Lei significa que Deus requer algo da mi­nha parte, então ser liberto da Lei significa que Ele não requer mais coisa alguma de mim, porque Ele pró­prio fez a necessária provisão. A Lei implica em Deus requerer que eu faça algo por Ele; a libertação da Lei implica em que Ele já fez por mim, pela Sua graça, tudo quanto exigia de mim, isentando-me do seu cumprimen­to (NEE, 1986, p. 94, 96).

A questão em voga é: Deus requer do homem que este cumpra a sua Lei, mas este é incapaz de fazê-lo, logo, Deus faz com que esta Lei seja cumprida no homem regenerado por meio da habitação da vida de Cristo. Não é um antinomismo sugerido pelo autor de A Vida Cristã Normal, apenas um esclarecimento daquilo exigido pela Lei de Deus: “Portanto, os meus estatutos e os meus juízos guardareis; cumprindo-os, o homem viverá por eles. Eu sou o SENHOR” (Lv 18. 5). O apóstolo utiliza a alegoria de um casamento para representar o relacionamento entre o pecador imperfeito e a Lei Perfeita. O casamento é usado como ilustração justamente porque a “mulher está ligada pela Lei ao marido enquanto ele vive”. Isso significa que a Lei de Deus foi dada ao homem para que ele cumprisse plenamente os requisitos da mesma. Porém o homem pecou e, como visto anteriormente, tornou-se incapaz de cumprir perfeitamente as exigências desta Lei. Como, então, ser liberto do cumprimento da mesma para que a vida no homem seja restaurada? Watchman Nee fornece uma interpretação interessante para a solução deste questionamento.

Sendo que a Lei nunca passará [Mt 5. 18], como poderei eu chegar a me ligar a Cristo? Como posso me casar com o segundo marido se o primeiro se recusa a morrer [referindo-se a Lei Mosaica]? Há apenas uma saída. Se ele não morrer, então eu posso morrer e, se eu morrer, aquela antiga relação conjugal é dissolvida. É exatamente este o processo divino da libertação da Lei. [...] Compreendamos claramente que a Lei nunca pode passar. As exigências justas de Deus perma­necem para sempre. Se eu viver, tenho que satisfazê-las, se eu morrer, porém, a Lei perde as suas reivindicações sobre mim. Não pode seguir-me para além da sepultura.  [...] A vida ressurreta do Senhor nela [a pessoa regenerada], transmite-lhe o poder de dar satisfação a todas as exigências que a santidade de Deus requer dela. A Lei de Deus não é anulada; é perfeitamen­te cumprida, porque o Senhor ressurreto vive agora nela e a Sua vida agrada sempre perfeitamente ao Pai. [...] Com os Seus infinitos recursos à nossa disposição [pela implantação da vida de Cristo em nós], ficamos perfeitamente habi­litados a satisfazer todas as Suas exigências (NEE, 1986, p, 101, 103).

A solução descrita pelo apóstolo Paulo foi a morte da esposa (o pecador) e não do marido (A Lei Divina). O processo de Libertação providenciado por Deus ao homem ultrapassou todas as expectativas, porque Deus não pode negar a Si mesmo, nem reprovar a sua própria Lei. Assim, o próprio Deus faz com que, em Cristo, o homem seja morto para o cumprimento da Lei como forma de salvação e ressurreto para o cumprimento da mesma como forma de gratidão. Como as exigências do primeiro marido eram altíssimas, a esposa morre, para desobrigar-se de suas responsabilidades conjugais para com aquele, e ressuscita para obrigar-se a um novo marido que cumpre nela e por ela as obrigações da Lei Divina. Desta forma, o homem regenerado pode, pela ocasião de seu novo nascimento, fazer a vontade de Deus.

A libertação da Lei não significa que estamos livres de fazer a vontade de Deus. Certamente não se trata de nós agora sermos pessoas sem lei [antinomismo]. Muito pelo contrário! O que significa, contudo, é que estamos livres de fazer, por nós mesmos, o que Ele quer. Estando plenamente persuadidos de que não pode­mos fazê-lo, cessamos de procurar agradar a Deus no nível do homem velho (NEE, 1986, p. 103).

E é justamente este o problema que, na visão de Nee, Paulo quer ilustrar nos versículos posteriores. Procurar agradar a Deus no nível do homem velho é tentar fazer a vontade divina com base em esforços pessoais sem dependência do Espírito Santo. Alguém que é liberto do cumprimento da Lei pode, em Cristo, cumpri-la diariamente, porque é a vida do próprio Legislador que se encontra nele. Quanto mais dependente e consciente de sua identificação na morte e ressurreição de Cristo, mais o regenerado está capacitado a fazer a vontade de Deus, não ele, mas a pessoa de Cristo através dele.
Resolvida a questão do cumprimento da Lei Divina como meio de salvação e satisfação da vontade de Deus, surge outro problema visto no restante do sétimo capítulo:

Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado. Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto. Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim [isto é, o Princípio do pecado]. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros (Rm 7. 14-23, grifo nosso).

Em sua dissertação sobre esta passagem, o Rev. Jair de Almeida Júnior comenta que “a correta compreensão do texto impedirá que os crentes encontrem apoio, nesse texto, para justificar o seu fracasso na vida cristã, consequência inevitável da negligência da vida devocional” (ALMEIDA JÚNIOR, 2006, p. 05).
Watchman Nee adverte que, infelizmente, é desta forma que muitos cristãos utilizam esta passagem. Muitas são as interpretações a respeito de quem seria o “Eu” descrito pelo apóstolo Paulo neste trecho do sétimo capítulo. Estaria Paulo referindo-se à história da origem da Lei Mosaica ou recriando a situação de Adão antes da queda? Falava da experiência de um não-regenerado conhecedor da Lei ou sua experiência natural como um regenerado que tenta vencer o pecado por forças do Ego e não do Espírito? Na perspectiva de Watchman Nee, esta última interpretação faz justiça aos ensinos de Paulo no sexto capítulo e o complemento de seu pensamento no oitavo capítulo; também é mais coerente observando o todo do ensino apostólico.
As expressões grifadas no texto acima deixam claro que Paulo gostaria de fazer o bem, mas não conseguia. Quando ele afirma que fazia o mal que não queria, não era ele, mas o mal que nele habitava. Este mal o fazia prisioneiro da Lei do Pecado que está nos seus membros. Como conciliar as verdades libertadoras ensinadas pelo apóstolo no sexto capítulo, se logo depois ele se vê escravizado pela Lei do pecado (o homem que vive satisfazendo o Princípio do Pecado)? Nee interpreta este texto da seguinte forma:

Romanos 7 tem uma lição para nos ensinar, que se relaciona com a descoberta de que eu estou "na carne" (Rm 7.5), de que "eu sou carnal" (7.14), e de que "em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum" (7.18). Isto vai além da questão do pecado, porque se relaciona também com a de agradar a Deus. Considera­mos aqui, não o pecado nas suas formas, mas o homem no seu estado carnal. Este inclui o primeiro, mas vai um passo além, levando-nos a descobrir que, nesta esfera também, estamos totalmente incapazes e que "os que estão na carne não podem agradar a Deus" (Rm 8.8) (NEE, 1986, p. 94).

Almeida Júnior adverte que é importante remeter algumas das referências do “eu” do sétimo capítulo da carta aos romanos à sua própria Carne (o Princípio do pecado). (ALMEIDA JÚNIOR, 2006, p. 162). Essa alternância de significado da expressão Carne é essencial para a compreensão correta desse texto.
Desta forma, Paulo está mostrando que apesar de ser uma nova criatura, ainda há um princípio pecaminoso vivo em seu Ego e, caso lhe seja dada oportunidade, ele vai agir livremente. Todavia, o clamor feito no final desta passagem é acompanhado pela solução do mesmo logo a seguir. A Nova Versão Internacional traduz de forma mais lúcida esse trecho das Escrituras:

Miserável homem que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor! De modo que, com a mente, eu próprio sou escravo da Lei de Deus; mas, com a carne, da Lei do Pecado. Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, porque por meio de Cristo Jesus a Lei do Espírito da Vida me libertou da Lei do Pecado [o homem escravizado pelo Princípio do Pecado] e da morte. [...] Entretanto, vocês não estão sob o domínio da carne [também representando o Ego], mas do Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vocês (Rm 7.24,25 – 8.1, 2, 9, grifo nosso).

Segundo Herman Ridderbos, em sua obra A Teologia do Apóstolo Paulo, o clamor desesperado do apóstolo é fruto da luta entre o seu “Ego” e a Carne, a Lei do Pecado (“Eu tenho de cumprir a Lei Divina por minhas forças!”) e a Lei do Espírito (“Deus cumpre esta Lei em mim através de Sua vida!”). Assim ele afirma:

O clamor desesperado [...] é, por certo, seguido da interjeição de fé [...]. Contudo, isso não significa que a descrição de ter sido vendido e feito escravo do pecado e ter recebido um corpo de pecado não tinha a intenção de ser tão absoluta quando é expressa. O poder de Jesus Cristo, o poder libertador do Espírito de vida em Cristo que é mencionado no versículo 25 e em Romanos 8.2ss, não são “adaptados” de alguma forma ou, então, descontados na situação de morte em Romanos 7.14-25; antes, dão um basta, em princípio, à soberania absoluta do pecado sobre o ego em Romanos 7 (RIDDERBOS, 2004, p. 135)

O apóstolo se lembra que é necessária a intervenção de outra pessoa na batalha entre o “Ego” e a Carne, daí a razão para que as expressões Jesus Cristo e Espírito de Vida entrem em cena, para fazer o que sempre fora impossível ao Ego, o “Eu”. O homem regenerado é tentado a pensar que pode fazer a vontade de Deus com suas próprias forças (“O querer o bem está em mim, não o efetuá-lo”), mas percebe que não consegue porque o Eu está incapacitado (“Desventurado homem que sou!”) e então, recorda-se de que é Deus quem efetua nele tanto o querer (o bem) quanto o realizar (“Graças a Deus por Cristo Jesus”).
Este é o fato que jamais deve ser esquecido. Uma verdade consumada não será efetuada no futuro, mas no passado. Os cristãos que se estribam em suas experiências pessoais (no “Eu”) viverão uma constante peleja entre o Ego e a Carne. Esta realidade, segundo Nee, seria resolvida se tais cristãos se lembrassem e aceitassem, por meio da fé, a verdade de que (já) foi crucificado com Cristo o nosso velho homem.  A “batalha” para cumprir a Lei de Deus é vencida pela residência da vida de Cristo no regenerado, ou seja, pela dependência dele no que o Espírito faz em sua vida.

É um fato histórico que, em Cristo, o meu velho homem foi crucificado, é um fato presente que eu sou abençoado "com toda bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo" (Ef 1.3); mas, se eu não viver no Espírito, a minha vida poderá passar a ser uma total contradição, por não expressar na prática tudo o que é meu por causa de estar em Cristo. Reconheço que estou em Cristo, mas tenho também que encarar a verda­de de que o meu antigo mau gênio ainda está em evidên­cia. [...] Viver no Espírito significa que eu confio no Espírito Santo para fazer em mim o que não posso fazer por mim mesmo. [...] Se tiver um tempe­ramento impulsivo, pensamentos impuros, a língua desre­grada, ou um espírito crítico, não me proporei modificar-me mediante certo esforço meu, mas, considerando-me morto, em Cristo, para estas coisas, contarei com o Espí­rito de Deus para que Ele produza em mim a pureza ou a humildade ou a mansidão necessária (NEE, 1986, p. 112).

A questão ensinada por Nee é que o homem regenerado só enfrentará a tal “batalha” descrita no sétimo capítulo da carta aos romanos se considerar a vitória na santificação como responsabilidade sua e não do Espírito Santo. Para viver vitoriosamente contra as inclinações de sua Carne, o homem espiritual considera aquilo que Cristo Jesus já fez por ele na cruz e se apropria daquela vitória por meio da fé. Deste modo, o regenerado que considera sua realidade natural não enfrentará a tal “batalha” em questão.
O Rev. Jair de Almeida Júnior faz questão de mostrar que o papel da Lei na agonia descrita pelo apóstolo nos versículos anteriores era o de fortalecer a vida confiante no “Ego”, e não no Espírito.

A Lei é apresentada pelo apóstolo como exigências “de fora para dentro”, ou seja, eram ordenanças impostas por Deus ao povo. O Espírito que concede vida é aquele que registrou a Lei nos corações de cada componente do povo. Tais ordenanças tornam-se parte da essência do novo homem devido à necessária habitação do Espírito e à regeneração causada por ele. Os mandamentos na pedra, na mentalidade de Paulo, são tão “vivos” e eficazes quanto o material que os contém e preserva. Assim, por essa analogia, o apóstolo ressalta que a Lei recebida por Moisés não podia conceder vida, mas apenas morte. Atraía apenas condenação ao homem, pois este não tinha capacidade para cumpri-la. A Lei, por sua vez, também não lhe conferia tal poder. Porém, a era do Espírito é marcada pela vida. Por causa da obra de Cristo, o Espírito realiza aquilo que a Lei não poderia jamais realizar, a saber, conceder vida eterna ao homem. O fato histórico “Cristo” concede, necessariamente, essa mudança essencial ao ser humano, concedendo-lhe também a habilidade para andar segundo a Lei. De uma forma paradoxal no pensamento de Paulo, andar no Espírito é a única, real e verdadeira forma de andar segundo a Lei. Ela é realmente parte constituinte do novo homem (ALMEIDA JÚNIOR, 2006, p. 157-158).

Com base nos argumentos acima apresentados, as únicas interpretações mais coerentes para identificar o homem desventurado descrito entre os versículos 14 e 24 são: a de um não-regenerado conhecedor da Lei Divina, mas que não pode vivê-la por estar sob o plano do velho homem; ou de um regenerado que se aventura a viver sua nova realidade crendo naquilo que ele pode fazer e não no que Cristo, pelo Espírito Santo, faz por ele.
A posição supracitada também é defendida por Anthony Hoekema: “O que está escrito aqui [Rm 7. 14-24] é a luta do homem não regenerado (ou do homem regenerado que resolve ‘se virar sozinho’), não a vida normal do crente” (HOEKEMA, 1987, p. 64).
Desta forma, é perceptível que a interpretação de Nee é bem plausível considerando todo o contexto imediato dos capítulos sexto e oitavo. Para Nee, a concepção correta deste texto faz toda a diferença para se viver a realidade natural de um regenerado, a chamada vida no Espírito.

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