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2.3 A redenção nos livros poéticos
Quem me dera fossem agora escritas as minhas palavras! Quem me dera fossem gravadas em livro! 24 Que, com pena de ferro e com chumbo, para sempre fossem esculpidas na rocha! 25 Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. 26 Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus. 27 Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros; de saudade me desfalece o coração dentro de mim. (Jó: 19.23-27)
A petição de Jó foi atendida por Deus e suas palavras foram registradas. Jó reconhece que, apesar das aflições pelas quais está passando, sabe que o seu sofrimento irá ter fim. Tamanha era a fé deste homem que ele dizia ter saudade do SENHOR e queria vê-lo ansiosamente. Todavia, percebe-se neste texto muito mais do que apenas esperança no redentor futuro. Jó reconhece a divindade do Messias! E é este o aspecto da redenção em Cristo que abordaremos nesta seção do cânon.
2.3.1 A Divindade Messiânica: Aspecto Fundamental para o Cumprimento Perfeito da Redenção!
Esse texto nos revela um atributo essencial do redentor: Ele é Deus. Em Gênesis o SENHOR declara que o descendente da mulher esmagaria a cabeça da serpente, apesar de ser ferido por ela. Não obstante, o SENHOR nos revela pela declaração de Jó, que este descendente não viria à existência no ato da concepção, mas sim, que Ele já estava vivo. Esta verdade é reafirmada no evangelho do apóstolo João: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus.” (Jo: 1.1,2) E também em sua 1ª epístola:
Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora. 2 Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; 3 e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo. (1ª Jo: 4.1-3)
Reconhecer a divindade do Redentor é essencial no que diz respeito à redenção do pecador. Cristo é Deus-homem. Nada de Suas duas naturezas pode ser alterado ou modificado, se não, o cumprimento perfeito do pacto seria impossível: “Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” (1ª Tm: 2.5).
A esperança messiânica estava viva e era bem compreendida pelos piedosos, mesmo naquele tempo.
No livro dos Salmos, a redenção em Cristo é percebida ao longo de todo o saltério. “Todo o Antigo testamento, incluindo o saltério, aguardava a pessoa e a obra de Jesus [...].” (MARRA, 2009, p.689). Os chamados Salmos messiânicos retratam momentos da vida do Redentor (Sua vida, sofrimento, morte) e também exaltam Seus atributos (como Deus [Sl: 2.7], rei [Sl: 24.10], sacerdote [Sl: 110.4]). Os Salmos também nos revelam outro aspecto primordial para a redenção do pecador em Cristo: o reconhecimento de sua real condição perante Deus.
2.3.2 O Aspecto Forense Da Redenção em Cristo
“Ó SENHOR, Deus das vinganças, ó Deus das vinganças, resplandece. Exalta-te, ó Juiz da terra; dá o pago aos soberbos!” (Sl: 94.1,2)
Davi tinha plena convicção desta verdade. Ele conhecia bem o Juiz Santo e Perfeito que rege todo o Universo. Então, quando o grande rei de Israel, adultera com Bate-Seba e é argüido pelo profeta Natã, ele se humilha e clama:
“Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões. 2 Lava-me completamente da minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado. 3 Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. 4 Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar. 5 Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe. 17 Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus. (Sl: 51.1-5, 17)
Davi reconhece sua condição judicial perante Deus. Reconhece que é pecador e que, por isso, deveria ser condenado, pois o castigo pelo adultério era a morte (Lv: 20.10). Mas Ele também conhecia o caráter Misericordioso do SENHOR e sabia que necessitava ser redimido, pois não agiu conforme a perfeição do Deus que servia. Considerando que Deus “não inocenta o culpado” (Nm: 14.18), e que Ele é Justo no falar e puro no Julgar, a redenção em Cristo nos apresenta aqui a responsabilidade que o pecador tem de ver-se, como de fato ele é, em Adão, perante o Tribunal divino.
Portanto, para que um pecador seja redimido por Cristo é necessário que ele sujeite-se à Justiça que vem de Deus - crendo que o sacrifício de Cristo é suficiente para expiar seus pecados - e não procure estabelecer a sua própria justiça, procurando justificar-se através de seus atos (Rm:10.3).
O autor de Eclesiastes também nos alerta sobre esse aspecto da redenção: “Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más” (Ec: 12.14). Graças a Deus por Cristo Jesus em quem temos a certeza de que nossas obras são feitas em Deus (Jo: 3.21). Desta forma, esta seção nos ensina que a redenção em Cristo concede perdão ao pecador e absolvição no Dia do grande Juízo!
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